Que contraste entre a leitura do Apocalipse de São João, com sua descrição da liturgia celestial, miríades de anjos, prostrações e adorações diante do trono do Cordeiro, cantos, ouro, luz e incenso, e o Evangelho deste mesmo São João que nos mostra na sobriedade, no despojamento, uma aparição de Jesus aos seus discípulos nas margens do mar de Tiberíades. De um lado, a abundância no céu, do outro, a extrema simplicidade na terra. Enquanto que o Apocalipse se assemelha ao que poderia ser o fim, a recapitulação de todas as coisas em Deus, o último capítulo do Evangelho segundo São João se apresenta mais como um começo.