Histórico
O Fundador do Mosteiro da Transfiguração, Dom Cristiano Collart OSB, é um monge belga. Nascido em 16 de novembro de 1943, entrou na Abadia de Mont César (Louvain, Bélgica) a 1º de setembro de 1962, fez profissão monástica em 23 de maio de 1965 e recebeu a Ordenação Sacerdotal a 23 de setembro de 1972. Cursou dois anos de Ciências Religiosas na Universidade de Louvain, dois anos de Filosofia no Studium da Abadia de Maredsous e quatro anos de Teologia no Seminário de Namur, ligado à Universidade de Louvain, onde também cursou dois anos de especialização em Sagrada Liturgia. Trabalhou doze anos em fundação monástica da Abadia de Maredsous: o Mosteiro São João Evangelista de Quevy-le-Grand.
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O Mosteiro da Transfiguração foi fundado na diocese de Santo Amaro (SP) no dia 15 de agosto de 1996. Foi transferido para a cidade de Santa Rosa na diocese de Santo Ângelo (RS) em novembro de 1999 e assumido pelo Sr. Bispo diocesano Dom Estanislau Amadeu Kreutz, bispo da mesma diocese.
Em 11 de agosto de 2010 o mosteiro foi incorporado à Província Hispânica da Congregação Beneditina Sublacense Cassinense – uma família de mosteiros presente nos cinco continentes -, e elevado à condição de priorado conventual “sui juris”. A Congregação, por sua vez, está ligada à Confederação Beneditina (mais comumente chamada de “Ordem de São Bento”). No Brasil, fazem parte da Congregação Beneditina Sublacense Cassinense a Abadia da Ressurreição (Ponta Grossa, PR) e o Mosteiro da Transfiguração.
Características de nossa Comunidade
Vivemos sob a Regra de São Bento, buscando a pureza e a simplicidade da vida monástica, no espírito da vida contemplativa, para empreender um caminho de conversão.
“Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho de um bom pai, para que voltes, pelo labor da obediência, àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência”.
Regra de São Bento, Prólogo 1-3.
Como toda vida religiosa, buscamos abrir-nos ao “Novo Pentecostes” desejado pelo Concílio Vaticano II para a Igreja de nosso tempo.
“[…] digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: “Renova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz. Assim seja”.
JOÃO XXIII, Const. ap. Humanae Salutis, 25 de dezembro de 1961: cf. AAS 51 [1959], p. 832.
Entretanto, o Mosteiro da Transfiguração possui ainda algumas outras características:
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A vida sacerdotal não é a nossa primeira opção, mas sim a consagração de nossas vidas à contemplação, ao silêncio e à oração, seguindo os conselhos evangélicos. No entanto, quando possível, o monge pode dedicar-se também ao estudo de Filosofia e Teologia, ou então, a outro curso útil à comunidade.
Aquele que vem ao nosso mosteiro, logo percebe o grande carinho que temos para com a iconografia oriental. A veneração aos Santos Ícones também faz parte de nossa vida, favorecendo assim, nossa oração e contemplação, “pois o céu está conosco”, segundo a espiritualidade Igreja Oriental.
Nas grandes festas litúrgicas, temos a graça de entronizá-los solenemente em nossa igreja, possibilitando-nos assim, bem como a todos os fiéis, a contemplação mais concreta do mistério celebrado. Com certeza, esta redescoberta da riqueza da iconografia que a Igreja Ocidental vem fazendo é um passo importantíssimo para a unidade e fraternidade com nossos irmãos da Igreja Oriental.
SOMOS INTERCESSORES EM FAVOR DE TODOS OS HOMENS PARA QUE SE SALVEM E CHEGUEM AO CONHECIMENTO DO AMOR E DA MISERICÓRDIA DE DEUS: SALVAÇÃO PESSOAL E SALVAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO SÃO SILOUANE DO MONTE ATOS
O que nos é apresentado aqui reveste-se de grande importância por dois motivos essenciais:
1− Trata-se de genuína espiritualidade monástica;
2− É herança da espiritualidade oriental (ortodoxa/bizantina) à qual nossa comunidade devota particular carinho.
Na tradição Patrística
De acordo com o ensinamento dos Padres da Igreja e Monásticos particularmente São João Clímaco, São João Crisóstomo, Santo Isaac o Sírio, São Máximo o Confessor, Evágrio Pôntico, São Simeão o Novo Teólogo, Santo Antão, São Macário o Egípcio e, mais recentemente, São Serafim de Sarov, a salvação pessoal é indissociável da salvação do mundo, ambas condicionando-se mutuamente e equilibrando-se pela oração e fidelidade ao carisma monástico.
No ensinamento de São Silouane do Monte Atos
Este grande monge e santo da Igreja ortodoxa é um sinal eloqüente desta vocação do monge como agente privilegiado na salvação da humanidade, e quando S. Silouane fala de “humanidade” ele engloba toda e qualquer pessoa em todos os tempos e lugares sem qualquer tipo de exceção. O que ele viveu e nos deixou pode ser definido como o mistério da compaixão à semelhança do coração de Deus vivido no silêncio e na solidão da vida monástica.
De seus ensinamentos destacamos algumas frases:
“Quem conhece o amor de Deus, ama o mundo inteiro”
“O monge é um homem que reza e chora pelo mundo inteiro; e é esta a sua principal ocupação”.
“O que incita o monge a chorar pelo mundo inteiro? É Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele dá ao monge o amor do Espírito Santo, e este Espírito enche o coração do monge de dor pelos homens, porque eles não estão todos no caminho da salvação”.
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Apostolado
“Os Monges são os pulmões da Igreja” (Paulo VI)
O monge faz sua e participa da missão de Cristo e da Igreja mediante sua doação pessoal a Deus e fidelidade à vida monástica. Seu apostolado está em seu coração orante e purificado, no qual se encontram as alegrias e tristezas de toda a família humana. O mosteiro é sinal silencioso da presença transcendente de Deus entre os homens. É uma profecia da comunhão com Deus a qual Cristo nos convida. “O Reino Deus está no meio de vós”(Lc. 17,21). Com sua oração, sustenta, misteriosamente, a missão de toda Igreja, permanecendo diante do Senhor dia e noite. Usando as célebres e sábias palavras de Paulo VI, os mosteiros são como que “os pulmões da Igreja”.
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Não realizamos obras de apostolado fora dos muros do mosteiro. No entanto, nossas portas estão sempre abertas para o povo. Aqueles que vêm ao mosteiro são convidados a compartilhar conosco do clima de solidão e silêncio, onde floresce a lembrança de Deus e a oração pura e contínua. Pela hospitalidade, o mosteiro compartilha o fruto de sua contemplação e trabalho. É uma hospitalidade aberta a todos, sem distinção. “Todos os hóspedes que chegarem ao mosteiro sejam recebidos como o Cristo, pois Ele próprio irá dizer: ‘Fui hóspede e me recebestes’”(RB.53,1). Nossa liturgia também é um espaço de hospitalidade. Todos são convidados à participar de nossos momentos de celebração do Ofício Divino (Liturgia das Horas) e da Eucaristia, que se realizam na igreja do mosteiro diariamente. “Nas regiões onde existem mosteiros, a vocação dessascomunidades é favorecer a partilha da Oração das Horas com os fiéis e permitir a solidão necessária a uma oração pessoal e intensa” (C.Ig.C., 2691).
Num mundo onde o “falar” se tornou algo muito cultivado e o “ouvir”, negligenciado, o mosteiro assume um importante papel no acolhimento das pessoas, que desejam partilhar suas dificuldades, anseios, alegrias e tristezas. Nos dispomos a recebê-las para o aconselhamento espiritual, atendimento de confissões ou, simplesmente, para ouvir aquele que precisa falar.